sexta-feira, 8 de março de 2013

Entre tantos programas bobos e sem conteúdo, um muito simples desperta minha atenção: Chegadas e partidas, com Astrid Fontenelle. Nada de sofisticado. O programa é gravado em um aeroporto, onde a apresentadora com muita sensibilidade e bom humor, aproxima-se dos que vão e vem, esperando, chegando ou partindo. Acho aquilo ali a metáfora da vida, e não haveria lugar melhor para o programa ser gravado que um aeroporto. É ali mesmo que em um abraço de quem parte ou de quem chega cheio de saudade, toma-se consciência de como as pessoas, às vezes, ocupam um espaço em nós maior do que imaginam, e do que nós mesmos imaginávamos . Mas é ali também, em um aeroporto, que se dá o início do novo, da busca do novo, através dos que passam  ansiosos pelas novas experiências que estão indo viver mundo afora. E o que seria a vida sem isso? Sem esses momentos que fazem nossos sentimentos pelo outro serem extravasados nas lágrimas incontidas e no abraço que parece querer segurar as pessoas queridas para sempre com a gente? O que seria a vida sem o novo?? Sem a curiosidade que nos faz ter a coragem e a ousadia da busca? Creio que muito sem graça. Nós não podemos saber por quanto tempo teremos determinadas vivências e pessoas que no momento são tão importantes para nós, afinal, as novas experiências trazem o encanto do novo, mas por tabela, também nos afastam de algumas pessoas e atividades muito ricas. E é por isso mesmo, por não podermos ter com a mesma intensidade, sempre,  a convivência com esses que nos são tão caros e algumas atividades que nos fazem tão bem, que é preciso nos darmos a eles, sem medo, no momento presente em que nos foram dados como presentes!! É preciso dar-se todo em entrega, em todos os momentos que podemos tê-los e não pouparisos, abraços, olhares, conversas e declarações do quanto foi importante para nós conhecê-los. Ando resgatando uma prática antiga: cartinhas para os amigos, dessas manuscritas mesmo, para que mais que as palavras, eles guardem minha letra, o cheiro do papel que às vezes leva, por que não, até algumas lágrimas que ousaram cair enquanto meu coração dava-se conta do que representam, enquanto falo sobre eles e nosso encontro. E isso tudo, essa renovação constante, essas "chegadas e partidas" é que fazem com que nós também nos refaçamos como pessoas e estejamos sempre nos re-NOVando! 
Andreia Almeida de Oliveira

Um comentário:

  1. É isso aí... O programa é bem interessante mesmo... A reação dos entrevistados parece bem sincera e verdadeira. Esse show foi uma boa idéia...

    ResponderExcluir