terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Irei me inebriar de arte, de todos os tipos, até que tenha tomado tanto espaço em mim, que já não haja quase nenhum para qualquer desassossego...
"É desconcertante"...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


Autopsicografia
Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

"Nada existe de mais difícil que entregar-se ao instante.
Esta dificuldade é dor humana. 
É nossa. 
Eu me entrego em palavras..."

"A harmonia secreta da desarmonia: quero não o que está feito, mas o que tortuosamente ainda se faz. Minhas desequilibradas palavras são o luxo de meu silêncio." 

"Escrevo por acrobáticas e aéreas piruetas - escrevo por profundamente querer falar. Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio". 

(Clarice Lispector)


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Talvez seja mesmo tudo uma questão de despertar os sonhos antigos, para que eles também cumpram sua mágica missão de  nos despertar, encontrar novos e fazer com que todos eles ganhem força! Força  suficiente para dar um novo sentido a tudo, para que se tornem uma extensão do nosso ser e assim, nos mostrem  quem somos, o que queremos e o que podemos. Para que nos lembrem a que e a quem viemos. Viemos a esse mundo, estando onde e na circunstância que for, para deixar nossa contribuição, dando mais brilho e mudando o que precisa ser mudado (encontrando a nossa forma de fazer isso)! Mãos à obra! :]

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

"Nada me resta a não ser tua beleza
E a incerteza do que vai ser de mim
Por isso basta dessas coisas sérias
Fica combinado se cantar assim
Ó, meu amor, que fazes aí parada
Se tu tens toda a calçada
E o mundo pra correr, pra correr"...
Maresia - Ednardo

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


Algumas coisas começam na infância e deveriam parar lá. O que é ruim e acontece ali, já tem as marcas deixadas pra vida toda como mal suficiente. Quando se prolongam e se repetem vida afora, parece ser a mesma criança a sofrer, que não sabe como se defender, a não ser com o antigo desejo de fuga, de ter uma estrada longa por onde possa correr acalmada pelo vento. Algumas palavras que se ouve quando criança já são dores pra vida inteira, pra que repeti-las? Porque quem repete não é o adulto, é a criança imatura e cega que habita nele e que os anos não o ajudaram, não trouxeram boas aprendizagens. Minha estrela amiga, seja você então que volte a brilhar em todos os momentos que se fizer necessária, com a mesma intensidade de outrora, com a mesma luz, o mesmo sonho, a mesma doçura, a mesma alegria e fantasia. Seja você a trazer todas as luzes necessárias, de todas as cores que forem possíveis, com o seu melhor brilho.

...


domingo, 13 de janeiro de 2013

Aqui, bem aqui. Estou aqui onde as angústias às vezes gritam querendo escapulir de alguma forma. Gritam por socorro, qualquer que seja ele. E é por não saber como revelarem-se, que talvez incomodem ainda mais. Estou aqui no limite do simples e do complexo, do que deve ser dito ou não, feito ou não, lembrado ou esquecido, revelado ou escondido. Aqui, lugar que se torna por vezes inóspito, por não saber como lidar com a presença de tanta coisa. Aqui, onde ninguém conhece tão bem e tão pouco como eu. Assim mesmo. Quem sabe com o tempo, se essa bagunça que por vezes se estabelece, se torne se não menos frequente, pelo menos apresentando mais possibilidade de um convívio pacífico com ela. Quem sabe o mistério todo seja esse: não ter medo do que está bagunçado, não esconder a sujeira, pelo contrio, mostrá-la, tirá-la debaixo do tapete, sem medo do espanto que poderá causar. Desnudar-se e surpreender-se com a sensação que isso poderá trazer. Se não houver uma aproximação por isso, aqui estará mais limpo e pronto para receber a paz que a verdade traz.